Vamos emitir tokens de pagamento para contornar a falta de chips para personalizar cartões?
Talvez esta seja a alternativa
Artigo publicado no Estadão em 20/10/2021 informa que a falta de componentes semicondutores (chips) chegou ao mercado de pagamentos e a escassez pode durar muito tempo.
Segundo a ABECS, o cartão físico representa cerca de 80% das transações realizadas com cartões de débito e crédito e quantidade de transações NFC é pouco representativa. Mas se a crise de abastecimento de chips durar o tempo que esta sendo previsto (ente 18 e 24 meses), os impactos na renovação e substituição de plásticos pode ser muito significativo, obrigado o segmento a adotar um plano alternativo.
A migração para as Wallets e o provisionamento de tokens em substituição aos plástico pode ser o “PLANO B” do segmento. Ela responderia à necessidade de curto prazo de contornar a falta de chips e aceleraria o objetivo de longo prazo, de substituir os plásticos por credenciais digitais de pagamentos, mais seguras e alinhadas com a experiência de uso dos clientes.
Aparentemente, os impactos se estendem para além dos cartões de bandeira e alcançam também os cartões de loja (Private Label).E isso acontece num momento em que o mercado nacional procura crédito para enfrentar os efeitos da alta de preços e a crise.
A falta de chips é um fenômeno mundial, decorrente de um erro de previsão dos fabricantes, que aconteceu antes mesmo do início da pandemia da Covid-19. E não é possível para indústria replanejar a produção, considerando que a crise inclui o abastecimento para outros equipamentos eletrônicos, como a indústria de veículos e as telecomunicações.
Segundo a Smart Payment Association (SPA), os cartões são essenciais para a vida dos negócios de pagamentos e representam cerca de 90% das transações realizadas nas lojas físicas e que não usam dinheiro. Segundo eles, “os gargalos amplamente relatados no fornecimento de chips tornaram-se tão críticos que os fabricantes de cartões de pagamento enfrentam dificuldades crescentes para obter os chips necessários para produzir os cartões. Essa crise não dá sinais de terminar em 2021 e se espalhará por todo o ano de 2022. O SPA prevê interrupções significativas na produção de cartões de pagamento além do controle razoável dos fabricantes de cartões de pagamento, o que afetará sua capacidade de atender à demanda total”.
Durante a pandemia do COVID-19, o mercado experimentou o uso das transações contacless. Segundo a ABECS, durante o ano de 2020, a quantidade mensal de transações realizadas nessa modalidade saltou de 22,6 milhões em janeiro para 114 milhões em dezembro. O motivo deste salto foi a percepção dos clientes de maior segurança.
Ainda segundo o boletim da ABECS, citando pesquisa realizada pela Mastercard, 88% dos brasileiros consideravam o pagamento sem contato mais conveniente do que o uso do dinheiro, e 75% daqueles que experimentaram a tecnologia passaram a incorporar esse novo hábito e devem mantê-lo mesmo depois da pandemia. O relatório informa que no ano passado, entre aqueles que já haviam realizado pagamentos por aproximação, 72% usaram o cartão físico e 49%, o celular (por meio de carteiras virtuais).
Desta forma, a substituição dos cartões por tokens embarcados em wallets, como a Apple Pay e a Samsung Pay parece ser um caminho natural e pode ajudar a contornar a falta de chips, acelerando a alteração dos hábitos dos clientes.
A generalização do uso de tokens também pode trazer benefícios para o comércio, ao substituir os números de cartões armazenados nos cadastros por credenciais de pagamentos. Além de aumentar a segurança nas transações eletrônicas, o uso tokens vai permitir processos mais simplificados de aderência aos requisitos do PCI.
Para os cartões Private Label, talvez o caminho mais natural seja a introdução de carteiras de pagamento P2P, utilizando plataformas de mensagens como SMS e Whatsapp ou aproveitando a infraestrutura dos QR Code no padrão EMV.
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